sábado, 22 de janeiro de 2011

A avaliação da aprendizagem na escola e a questão das representações sociais segundo Cipriano Luckesi.


O artigo de Cipriano Luckesi, intitulado a avaliação da aprendizagem na escola e a questão das representações sociais, disponível em: http://www.luckesi.com.br/, é dividido em duas partes. Na primeira o autor vai nos explicar o que vêm a ser as representações sociais, segundo ele “um modo inconsciente de compreender um fenômeno, expressas em crenças, piadas, provérbios, e que não se da explicações do por que destes fenômenos serem como são.

Para fundamentar esse conceito, Cipriano recorre a diversos autores, como Freud, o qual considera esses fenômenos como expressão de conteúdos recalcados no inconsciente ou como padrões psicoculturais tidos como corretos e armazenados em uma região da psique humana denominada superego.

Outro autor ao qual Luckesi recorre é Wilhelm Reich, segundo o qual as experiências psíquicas se davam em nosso corpo, que revela nossas representações sociais. Recorre também a Carl Gustay Jung, o qual postula que possuímos padrões de conduta e crenças provenientes do inconsciente coletivo, sendo este constituído de heranças socioculturais e históricas que praticamos sem saber suas origens e sentidos.

Cipriano Luckesi nos demonstra que Durkeim, Marx e outros teóricos clássicos já viam a predominância desses padrões em sociedades complexas ou simples em função de forças materiais ou culturais sendo criados e recriados, mas sempre tidos como naturais. AS mudanças são possíveis, mas são lentas.

O ultimo autor ao qual Cipriano recorre é Rupertet Sheldrake com seus estudos sobre os campos mórficos que nos constituem. Estes, segundo ele, são regiões imateriais de influencias que têm por suporte a ambiência de nossas heranças, produzindo padrões de conduta repetitivos. Atuam à distancia, representam a memória coletiva de um grupo, cada individuo moldado exercera influência sobre os demais do grupo. Quanto mais indivíduos praticarem um padrão de conduta, mais força terá esse padrão sobre as heranças futuras.

Na segunda parte de seu artigo, intitulado “as representações sociais dos professores (as) sobre avaliação da aprendizagem”, Cipriano analisa os aspectos nos quais padrões inconscientes de conduta atuam e professores repetem modelos inconscientes de agir na pratica de avaliação da aprendizagem na escola.

O primeiro aspecto analisado e o equivoco entre o “avaliar” e o “examinar”. Segundo Cipriano, os professores aplicam exames achando que estão avaliando por que isso são hábitos inconscientes que não são questionados.

Para o autor avaliar é diagnosticar uma experiência para reorientá-la e produzir melhor resultado, sendo diagnóstica e inclusiva, e não classificatória ou seletiva, que são características do examinar, o qual é exclusivo e se volta a aprovar ou reprovar. Cipriano propõe que se rompa com esse campo mórfico herdado e se construa uma verdadeira avaliação.

O segundo aspecto trata ta utilização de nota como forma de avaliar. Cipriano afirma que avaliação é diagnostico, mas nota não é avaliação, pois só representa o registro da experiência de aprendizagem.

O terceiro e aspecto, ultimo ao qual o autor se detém nessa analise, trata ainda da nota, porém o enfoque é em torna da recuperação de nota. Para ele o fato de um professor dar nova chance pro aluno significa que ele já está avaliado como reprovado. A avaliação deveria ser constante como forma de reorientar a aprendizagem do aluno. Outro ponto relaciona-se aos instrumentos de avaliação, aos o autor atribui a função de instrumento de coleta de dados, e aos instrumentos de avaliação, que ele prefere chamar de instrumento de exame.

O ponto crucial desse aspecto é em relação aos conceitos de avaliação quantitativa e qualitativa. Para Cipriano se avaliar é atribuir qualidade, avaliação só pode constituir-se em qualitativa. Essa distorção dos conceitos de avaliação resulta de representações sociais que distorcem a compreensão de uma experiência.

O artigo fornece diretrizes a todos os que se dedicam ao campo docente e desejam repensar suas ações por meio do reconhecimento das representações sócias que estão determinando modos inconsciente de agir dentro da escola. Após todas essas reflexões criticas o autor conclui convidando para que cada um investigue suas experiências de avaliação da aprendizagem.

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