quinta-feira, 17 de março de 2011

Atavismo

Eu sou um homem
Dividido entre a razão e a emoção.
Sou romântico, sou realista,
Sou poeta e romancista.

Sou um artista austero;
Às vezes minto, outras sou sincero.
Minha poesia é feroz.
Expresso-me como um algoz.

Estudo por gosto,
Escrevo por ofício,
Vivo por obrigação,
Amo como um vício.

Sou um louco, porém estou lúcido,
E nesse atavismo até me confundo.
Quando estou sóbrio quero um líquido,
Na hora do pileque fico moribundo.

E só assim posso gritar ao mundo
Toda verdade escondida aqui no fundo,
Disfarçada em figuras de palavras
Sem saber o que são e como usá-las.