Mudaram-se os tempos,
Mudaram-se as vontades,
Mudaram-se os campos,
Mudaram-se para as cidades.
Só não mudaram os Estados,
Porque também não mudaram as pessoas.
Com isso ficamos obrigados
A levar a vida à toa.
É nesse novo tempo que chegam
As promessas de mudanças.
É com essas novas vontades que acabam
Todas as nossas esperanças.
E me dizem: calma!
Mas sinto que o tempo
Não obedece à minha alma,
Como o mar obedece ao vento.